terça-feira, 16 de junho de 2009

DEMOCRACIA E LIBERDADE NA USP


Não é só aumento (reposição) salarial a justificativa da greve nas Universidades Estaduais Paulistas!
Não é só pensando no curto período em que o estudante fica na Faculdade, nessa condição, que os Universitários apóiam a greve de Funcionários e Professores!
Muita gente vem usando esses argumentos para desqualificar a adesão de alunos a greve, e se posicionando ao lado da reitora Suely Vilela e do Governador José Serra, que autorizaram a invasão da USP pela PM.
No entanto, muito está em jogo nessa greve de 2009. Ela se liga intrinsecamente a greve de 2007, que teve como ponto máximo a ocupação da reitoria da Universidade. Em 2007 se lutava contra os decretos do Gov. José Serra que restringiam a autonomia universitária. Como conseqüência desse movimento, por exemplo, instaurou-se um processo administrativo que resultou na demissão de um líder sindical, que deveria ter garantido seu emprego, já que a legislação garante estabilidade às lideranças sindicais.
As mudanças sociais são a verdadeira causa da greve na USP. A Universidade adota, ainda, um modelo feudal de representação e escolha de dirigentes. O que ocasiona a brutal concentração de poder nas mãos dos professores titulares, que alias, são os únicos elegíveis ao cargo de reitor. Claro, que a titulação desses confere status de elegibilidade, mas não pode ser esse o único critério de elegibilidade. O cargo de reitor engloba inúmeros outros compromissos, que talvez, nem todos os professores titulares tenham como bandeira. A democratização da universidade é um deles.
A atual reitora da USP tornou-se a legítima representante desse grupo de intelectuais titulados que não tem o interesse em transformar os estatutos da instituição em bem da democracia universitária, em detrimento do viés autoritário, ao suspender todo e qualquer canal de negociação com a comunidade uspiana, que vem a pelo menos uma década, pleiteando mudanças na estrutura da democracia da Universidade. A reitora deslegitimou a política universitária como espaço de solução para a solução dos conflitos internos da Universidade, e para completar convocou uma força externa de repressão ao movimento organizado e pacífico que atua dentro da Universidade. Agindo dessa forma ela ignorou por completo toda a história da USP em defesa da DEMOCRACIA E DA LIBERDADE.
Avaliar a ação da PM na USP é por si só um absurdo, já que sua entrada lá era impensável até bem pouco tempo. Essa situação exige que se pense que país queremos construir? Um país com um sistema Autoritário, retrógrado como o a suposta democracia uspiana que alija parte da comunidade uspiana do processo decisório; ou um país com ampla participação cidadã, que defenda e promova a Democracia. A USP vêm dando exemplos de autoritarismo, como por exemplo, a trasnferência da reunião do Conselho Universitário, sem aviso prévio à representação discente e de funcionários, da Reitoria para o IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), prédio que apesar de estar dentro da Cidade Universitária, não é controlado pela USP, e tem forte esquema de segurança armada. Foi dessa forma que a reitora conseguiu aprovar, por exemplo, o orçamento da USP para 2009.
A PM foi chamada à USP para restaurar a ordem medieval à que a Universidade está imposta, pelos senhores feudais diretores de unidades e a reitora controlam, apoiados pela imensa massa camponesa composta de alunos que não se importam com a manutenção do satatus quo vigente por estarem alienados pelo próprio sistema.
No entanto, os “vilões” continuarão a lutar contra o sistema autoritário da Universidade, mesmo depois de todas as bordoadas e das bombas lançadas. A sociedade e mídia começam a olhar para a USP com outros olhos, parece que aos poucos vão percebendo que alguma coisa está errada com a estrutura política da Universidade. Espero que percebam, também , que a política do Estado de São Paulo está travada em seu caráter feudal ainda, também, e que esse entrave deve ser rompido em 2010 para liberar a Universidade e a Sociedade para as transformações em direção da DEMOCRACIA e da LIBERDADE

É imperativa e urgente a retirada da PM do campus, antes que ocorra uma tragédia.
É imperativa e urgente a destituição da reitora e sua substituição por um(a) educador(a) com formação democrática e abertura para o diálogo

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