sexta-feira, 2 de julho de 2010

É DUNGA, A COPA É DE 2010 NÃO DE 1994!


Desde que o Dunga virou técnico da seleção brasileira compara-se a seleção tetracampeã em 1994, quando Dunga era jogador (capitão do time) do time de Parreira, com a equipe que Dunga manda a campo como treinador. Realmente, muito se parecem as equipes. A formatação tática do time, em um 4-4-2, com dois volantes fixos. O sistema defensivo de 94 foi copiado por Dunga, que encontrou dois ótimos zagueiros, Lúcio e Juan, que são melhores que Aldair e Márcio Santos de Parreira; Maicon, ótimo lateral direito, apesar de Jorginho em 94 ser melhor que o bom Maicon; uma lateral esquerda indefinida, onde Michel Bastos foi tímido, já em 94 Leonardo fazia uma boa Copa até ser suspenso e abrir espaço para o experiente Branco entrar e decidir contra a mesma Holanda que nos eliminou hoje; os volantes de hoje são cópia genérica dos de 94, Mauro Silva, “um leão em campo, como falso terceiro zagueiro, e Dunga, o jogador, responsável por ir à caça, sair na marcação dos homens de meio campo, Gilberto Silva foi o Mauro Silva de 2010 e foi muito bem, para mim o melhor do Brasil nessa Copa, já Felipe Melo não foi o Dunga de 94, nervoso, mal na marcação e na saída de bola na primeira fase, saiu do time contra o Chile e fez bem para a seleção, que ganhou velocidade, mas se recuperou de lesão e voltou ao time para protagonizar a derrota brasileira. Apesar do ótimo passe para o gol de Robinho, Felipe Melo foi o pior em campo dos brasileiros hoje, mais uma vez sem controle emocional, fez dois gols contra, um em Júlio César outro em todo o Brasil, ao ser expulso como um juvenil por pisar no jogador holandês sem nenhuma justificativa.
Mas, Felipe Melo não pode ser o único culpado pela derrota brasileira, tudo estava muito parecido com 94, mas a Copa era de 2010, e tínhamos algo diferente, que no meio da copa me parecia melhor que a de 2010, mas mesmo assim não chega ao título. Os meias brasileiros de Parreira eram Raí e Zinho, este último previsível, um ponta esquerda falso só nas falas de Parreira e Zagallo, era mesmo um auxiliar de lateral esquerdo e mais um volante. Tocava a bola apenas lateralmente, sem fazer o time avançar, era o jogador mais contestado do time, mas jogou a Copa toda. Raí vivia grande fase, havia sido negociado do São Paulo, onde era o craque do time, vencedor duas vezes da Copa Libertadores e uma vez do Mundial de Clubes, começava a brilhar na França, no Paris Saint Germain. No entanto, começou mal a Copa e por pressão da imprensa foi substituído por Mazinho, tudo que Parreira queria um motivo para reforçar a marcação no meio do campo. Nosso meio em 94 era horrível, sem Raí, nosso time dependia basicamente dos cruzamentos de Jorginho pela direita, que jogou muito, o melhor a Copa não fosse um baixinho marrento. Kaká, Elano e Daniel Alves, que jogaram como meias neste ano são melhores que Raí, Zinho e Mazinho, mas não tinham Romário e Bebeto no ataque.
Sim, Bebeto e, principalmente Romário, infinitamente melhores que Robinho e Luís Fabiano. Bebeto, que não tem a habilidade de Robinho, fazia o básico, caia pelas pontas, puxava o contra-ataque e servia a bola para Romário. Já Romário era, e ninguém que eu vi jogar foi melhor que Romário na área. O baixinho precisava de menos de meio metro de campo para fazer a bola entrar no gol. Até contra os grandalhões suecos, ele subiu e, de cabeça, marcou o gol do Brasil na semifinal da Copa. Romário foi gênio em 94, só faltou fazer chover, quando não marcou o gol da vitória foi o “garçom”, contra os EUA nas oitavas de final o Brasil venceu por 1 x 0 com gol de Bebeto que recebeu passe de Romário. Contra a mesma Holanda, na mesma fase, o jogo estava 2 x 2 e Branco, soltou um canhão do meio do campo, a bola iria bater no corpo de Romário, mas ele como um contorcionista tirou as costas da frente da bola, que passou por ele e entrou no canto do goleiro holandês, dando a vitória para o Brasil.
É Dunga, você procurou criar uma equipe a imagem e semelhança da seleção de 1994, mas faltou o craque, faltou o baixinho Romário, o gênio da grande área, aquele que tirava todos os coelhos da cartola e levou o Brasil ao tetracampeonato, aliás, 94 é a Copa mais marcante para mim, pois foi a primeira vez que pude acompanhar um Brasil campeão, sorte que lá tínhamos Romário e não Kaká, Robinho e Luís Fabiano.

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