quarta-feira, 11 de novembro de 2009

SOBRE OS 20 ANOS DA QUEDA DO MURO DE BERLIM


Em 9 de novembro de 1989 caía o Muro de Berlim, talvez o principal símbolo de uma época, a Guerra Fria. Ao fim da II Grande Guerra, em 1945, estava completo o declínio dos Grandes Impérios Mundiais europeus, que marcaram o mundo com o advento da Era Moderna e das Grandes Navegações. A expansão do nazismo, durante a II Guerra, obrigou as outras nações do mundo a se juntarem em uma grande aliança para combater o exército alemão, em especial no continente europeu. Duas nações foram protagonistas no combate aos nazistas: os EUA, que entraram na guerra para manter o controle do Pacífico e entrar na Europa; e a ex - URSS, para evitar a que a expansão nazista anexasse seus territórios no leste europeu. Vitoriosos, EUA e URSS ocuparam o espaço deixado pelos Impérios Europeus, e dividiram o planeta em duas zonas de influência, a Capitalista, capitaneada pelos EUA, que pregava uma sociedade baseada no progresso material e na disputa do mercado pela iniciativa privada e; a Comunista, que propunha um modelo de cooperativismo social, onde cada ser teria sua função social, e a produção da riqueza seria compartilhada pela sociedade uniformemente. Em especial, a Europa representou bem essa divisão, estando na sua parte ocidental as nações ob influência americana, e na parte oriental os países ligados aos soviéticos. Dentre as punições impostas à Alemanha após a guerra, estava a sua divisão territorial em 4 partes, uma destinada à França, outra a Inglaterra, ao EUA e a URSS. Sua capital, Berlim, mesmo estando em território destinado aos soviéticos também foi dividida entre essas nações. Com o decorrer dos primeiros anos pós-guerra os territórios sob controle de EUA, França e Inglaterra se juntaram e constituíram uma única nação, a Alemanha Ocidental, enquanto o território sob controle soviético era chamado de Alemanha Oriental. Para barrar a circulação de pessoas entre as duas partes de Berlim, foi construído o citado Muro de Berlim, que separava a parte Ocidental da Oriental da cidade.
Com a decadência da URSS, na década de 80, do século passado, a Alemanha entrou em processo de unificação, e os países do campo soviético passaram a aderir ao modo de vida capitalista, e a queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989 representou simbolicamente essa passagem.
A queda do Muro de Berlim representou, também, o início do declínio do Império Americano, pois trouxe junto com ela a ascensão econômica da Alemanha e do Japão no mercado global e forçou a retirada das tropas americanas, em especial, da Europa. Para manter a hegemonia mundial, os EUA foram obrigados a se voltarem para 2 partes do mapa: o Oriente Médio e a América Latina.
O Oriente Médio, é a região onde encontramos os maiores produtores e as maiores reservas de petróleo do planeta, portanto, controlar essa região, significa controlar a extração e a comercialização desse combustível, o principal de nossa economia.
Já a América Latina, tratada como seu “quintal” pelos americanos, desde o século 19, passou a ser fundamental como mercado consumidor dos produtos americanos, que deixaram de ser comercializados com a Europa e Ásia, devido à concorrência de Alemanha e Japão.
Nesse contexto os governos americanos vêm promovendo inúmeras intervenções nessas regiões, como as 2 guerras do Golfo Pérsico (Iraque) e a Guerra do Afeganistão, com a justificativa de combate ao terrorismo de extremistas islâmicos. Além das intervenções militares na Nicarágua e na Colômbia, com a justificativa de combate ao narcotráfico.
A eleição de Obama para comandar os EUA, a princípio, gerou a expectativa de que a política internacional americana mudaria. Porém,até o momento, mesmo com o presidente recebendo o Prêmio Nobel da Paz, essa mudança de rumos não se concretizou, ao contrário, Obama propôs o aumento do número de soldados no Afeganistão, o aumento do número de soldados na Colômbia, mantém em atividade a prisão de Guantánamo, não encerra o bloqueio econômico a Cuba, mantém uma relação conflituosa com a Venezuela e os países Bolivarianos e não assume o papel de mediador do golpe de estado de Honduras.
Tendo isto em vista, percebemos que ainda vivemos sob um mundo fortemente influenciado pela queda do Muro de Berlim, que ainda não conseguiu se reorganizar e vencer o Imperialismo americano, que não respeita a individualidade de cada nação de cada cultura.

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