sexta-feira, 7 de agosto de 2009

POR UM PED DA JUVENTUDE EM 2011


O texto publicado abaixo foi publicado originalmente no blog Juventude em Pauta, que há muito tempo consta da lista de sites favoritos desse blog, de autoria de Leopoldo Vieira, consultor para o desenvolvimento de políticas públicas de juventude em âmbito legislativo e executivo, e assessor do mandato do deputado estadual paraense Carlos Bordalo (PT), autor de inúmeros projetos voltados à juventude. É autor de A Juventude e a Revolução Democrática e articulista da seção Juventude e Cidadania do site do ex-ministro José Dirceu.

"A juventude do PT começa a travar, agora com mais fôlego, o debate que envolve a renovação das suas direções tanto em nível nacional, como estadual e municipal. E não há como fugir de se discutir data e formato, mas uma coisa é certa: não podemos enxergar as eleições da JPT como parte de uma agenda que envolveria, por exemplo, o CONUNE, compreendendo a juventude partidária como uma entidade da sociedade e não como um fórum partidário, cujas tarefas centrais são, prioritariamente, de âmbito externo. É inadmissível, ante a envergadura das nossas tarefas em 2010, ver esse processo como oportunidade para a agitação e propaganda interna de posições de uma tendência ou outra. Essa é a visão de formigueiro onde o militante, diante da pergunta "o que você fez durante sua atividade política juvenil?", responde: "combati força X". É fundamental conjugar, portanto, o desenvolvimento do acúmulo interno que obtivemos na frente juvenil petista, com a convocação do I ConJPT, e suas resoluções homologadas pelo Diretório Nacional, principalmente no que tange à auto-organização, com a clareza de qual juventude partidária precisaremos ter ano que vem.
Quem acompanha o noticiário sobre a juventude na imprensa percebe o quanto é grande a ofensiva conservadora contra as conquistas advindas do governo do presidente Lula: bloco das juventudes oposicionistas (JPSDB, J-DEM, JPS) para atacar os avanços na educação, a senadora Marisa Serrano (PSDB) denunciando o que ela considera como a "farsa do ProJovem", a retomada da agenda da redução da idade penal no Congresso, as ações judiciais dos Bolsonaro e DEM contra as cotas sócio-raciais, a introdução aberta do Toque de Recolher em administrações municipais como alternativa para a juventude marginalizada, os ataques da mídia contra a UNE, a manipulação de pesquisas sobre a condição juvenil (O Globo) ou a mais pura campanha pela idéia de juventude-problema (Estadão).
O "PIG" que manipula os dados do PAC, a crise do Senado, a CPI da Petrobrás, que forjou o Mensalão e que acoberta Yeda Crusius, Beto Richa, Arthur Virgílio, já percebeu, assim como os partidos conservadores, o papel estratégico que a juventude terá nas eleições presidenciais e o peso que possuem os programas implementados pelo presidente Lula nessa seara para o voto dela. A guerra (clique para ler o artigo A Disputa de 2010 e a Juventude) neste campo não será menos brutal do que a luta política global.
Afirmar que a montagem de uma arena de disputa interna no início de 2010 servirá para mobilizar a juventude do PT é um engôdo que só serve para mascarar as bitolas do internismo e a irresponsabilidade com a agenda que interessa: a necessidade de convencermos de fato o DN a construirmos uma forte campanha para a juventude brasileira, com material e plataforma específicos, defendendo os avanços do governo do presidente Lula e apontando os passos seguintes.
Para isso, teremos que operar profissionalmente campanhas juvenis nos estados, com recursos financeiros, reconhecimento partidário, legitimadas perante as coordenações de campanha. Será fundamental desenvolvermos um processo intenso de diálogo com as juventudes aliadas (UJS, JSB, JS-PDT, JPMDB, JPL etc) para consolidarmos, favorecermos e fortalecermos essa perspectiva apontada acima. Precisaremos operar a articulação entre nossas candidaturas aos governos estaduais, assembléias legislativas, Senado e Câmara dos Deputados, com essas campanhas e plataformas específicas.
Tarefas essas que não podem ser realizadas de qualquer jeito e muito menos sob a ótica de que seriam, na verdade, secundárias diante da agenda interna. Temos que viabilizar o seminário de PPJs das juventudes de esquerda, reproduzí-lo nos estados, por exemplo. Uma iniciativa, nesse período aberto agora, mais importante do que qualquer disputa interna que divida a juventude do PT, confunda nossos aliados, suspenda e trave a agenda central e desperdice energia. A demanda primordial é uma direção firme e coesa para comandar esse processo e a atual, eleita no vigoroso processo do ConJPT, tem plena autoridade e legitimidade para isso.
A mobilização da militância jovem do PT tem que ter como norte nosso programa unificado, nossa candidata à presidente, as candidaturas que lançaremos e apoiaremos nos estados, nossa estratégia comum.
Por outro lado, não é o caso de desacumularmos o que foi conseguido internamente. Pensar em fazer uma renovação de direção da JPT de qualquer maneira não passa de oportunismo dos que sonham em tomar de assalto esse fórum. Sequer definimos como será, estatutariamente, o formato da agenda eleitoral da juventude do partido. E essa definição precisa passar pelo II ConJPT, não pela direção política, para o que é pequena demais para deliberar sobre um assunto tão nodal.
Por isso, uma decisão antecede todas as outras: focar nas grandes causas e tarefas externas que a juventude do PT possuirá em 2010, esquecer o internismo e convocar para 2011 um luminoso, democrático e massivo PED da Juventude."

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