domingo, 31 de janeiro de 2010

A SUCESSÃO AO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO.


Janeiro vai terminando e ainda existe uma indefinição que gera incômodo na militância petista em São Paulo, a definição do nosso candidato ao Governo do Estado. Isso porque, a pedido do Presidente Lula, o Deputado Ciro Gomes, do PSB, transferiu seu domicilio eleitoral para São Paulo, já que pela tática plebiscitária defendida pelo nosso presidente a retirada da candidatura presidencial de Ciro Gomes é um importante passo. Para acomodá-lo, o Presidente Lula ofereceu o apoio do PT paulista ao deputado para a disputa do Governo do Estado. No entanto, Ciro Gomes continua se dizendo pré-candidato à presidência, deixando vazio o espaço de pré-candidato, da base do governo Lula, ao Governo do Estado de São Paulo.
O diretório estadual do PT em São Paulo atendeu o pedido do Presidente Lula e endossou o apoio ao Deputado Ciro Gomes, e inicialmente não abriu o processo de escolha de candidato próprio ao Governo do Estado. No entanto, a indefinição de Ciro e a vontade de parte da militância no estado, que deseja candidatura própria, o presidente Edinho liberou os pré-candidatos petistas, ao Governo do Estado, a iniciar a coleta de assinaturas de filiados apoiando suas pré-candidaturas, já que é necessário recolher o montante de assinaturas equivalente a 1% dos filiados no estado para se tornar pré-candidato do PT ao Governo do Estado.
No entanto, independente das forças políticas que compõem o PT e das vontades individuais, o fundamental na eleição para o Governo do Estado em São Paulo é derrotar os Tucanos e Demos, acabando com uma hegemonia de 16 anos deles no Estado (há quem diga que esse tempo se soma aos governos do PMDB antecessores, Fleury, Quércia e Montoro, totalizando 25 anos de governos da direita no Estado). Desta forma cabe a todos nós petistas, antes da definição de nosso candidato ou de apoiar uma candidatura de um partido da base de apoio do Governo do Presidente Lula, avaliar as últimas campanhas ao Governo do Estado, analisando as críticas feitas ao PT-SP. Duas delas, ao meu ver, são as mais consistentes, e é sobre elas que pretendo discorrer agora, a falta de experiência dos candidatos no Executivo e a não repetição de candidatura de uma eleição para outra.
O PT, desde 1982 tem candidato próprio ao Governo do Estado de SP, Lula, foi nosso candidato, ficando em 4º lugar; Suplicy foi o candidato em 1986, também ficando em 4º lugar; em 1990 o candidato foi Plínio de Arruda Sampaio, também ficando em 4º lugar; já em 1994, quando o PSDB teve seu candidato eleito, o PT lançou a candidatura do Zé Dirceu, terminando em 3º lugar; em 1998 foi Marta Suplicy, ficando em 3º lugar; em 2002 o candidato foi Genoíno, levando o PT ao 2º turno, mas sem conquistar o Palácio dos Bandeirantes e; em 2006 o candidato foi Mercadante, ficando na segunda colocação. Tanto Lula, quanto Marta Suplicy hoje contam com experiência em cargos no executivo, mas quando de suas candidaturas ao Governo do Estado não tinham essa experiência no currículo. Por muito tempo o próprio PT sofreu essa crítica de forma generalizada, nossos adversários rotulavam o PT como um partido com característica para o Legislativo. Esse ponto, com certeza, afetou nossas candidaturas até hoje, mesmo em 2006, com nosso candidato tendo vindo de uma eleição par o Senado batendo recorde de votação, com mais de 10 milhões de votos, claro que em 2006, Mercadante enfrentou José Serra, que vinha de um recall de uma candidatura à presidência da República e de uma eleição para a Prefeitura de São Paulo. Genoíno, em 2002, era um campeão de votos pelo PT como deputado federal, fez uma boa votação como candidato a governador, mas infelizmente saiu derrotado no 2º turno. Genoíno e Mercadante foram os candidatos com melhor performance, ambos com mais de 6 milhões de votos.
Já a não repetição do candidato ao governo do Estado na eleição seguinte é uma crítica sem contestação, realmente o PT paulista sempre apostou em candidatos com boas votações para o Legislativo, optando por substituir o candidato da eleição anterior. O argumento de quem faz essa crítica é de que o presidente Lula, antes de ser eleito em 2002, concorreu à presidência da República por 3 vezes, consolidando assim o seu nome e o do PT no cenário nacional, sacrificando uma possível eleição para outro cargo..
Hoje, 6 nomes se colocam como pré-candidatos ao Governo do Estado pelo PT, o deputado federal Antonio Palocci, o deputado federal Arlindo Chinaglia, o senador Eduardo Suplicy, o prefeito de Osasco Emídio de Souza, o ministro Fernando Haddad e a ex-prefeita Marta Suplicy. Marta e Emídio contemplam aqueles que contestam que os candidatos petistas ao governo do Estado não tenham experiência no Executivo. Outro nome que sempre aparece como opção para a disputa do Governo do Estado é o do senador Mercadante, mesmo com ele se colocando como pré-candidato a uma das vagas ao Senado, porém, uma candidatura do senador Mercadante contemplaria aqueles que dizem que o PT-SP não repete seu candidato.
Qualquer um dos nomes que seja escolhido para candidato ao Governo do Estado à batalha será muito complicada, já que o eleitorado paulista é muito conservador, mesmo o da capital e das grandes cidades do interior. Em nosso Estado, as oligarquias políticas manipulam descaradamente a mídia e a classe média urbana se deixa levar por essa manipulação. A possível candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin, ao Governo do Estado, pela aliança PSDB/DEM/PPS será uma grande barreira para o campo democrático de esquerda romper com essa hegemonia das elites, já que Alckmin vem apresentando em todas as pesquisas altos índices de intenção de voto. Portanto, a definição do nome de nosso candidato ao Governo do Estado é urgente, pois só assim, sendo o deputado Ciro Gomes ou um dos nossos nomes, para que haja tempo hábil para a redução da diferença entre a candidatura da direita, representada por Alckmin e a candidatura da esquerda representada pela candidatura de um nome dos partidos que compõem a base de sustentação do governo do Presidente Lula. Deste modo, a partir da definição do candidato, é que se tornará eleitoralmente viável, a ruptura da hegemonia tucana em São Paulo, além de que se fortalecerá a candidatura da Ministra Dilma Rousseff em nosso estado, o maior colégio eleitoral do país, portanto, palco fundamental para a batalha nacional, onde nosso desafio será reconquistar a Presidência da República para continuar o processo iniciado pelo Presidente Lula, de desenvolvimento nacional, de redução das desigualdades sociais e contra o retrocesso representado pela volta dos Tucanos e Demos ao poder.

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