quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A saída de Marina Silva do PT e suas possíveis consequências.

A senadora Marina Silva, do Acre, confirmou ontem a sua saída do Partido dos Trabalhadores, sem confirmar ainda sua filiação ao Partido Verde e sua candidatura a Presidência da República. Marina Silva tem uma trajetória intimamente ligada à história do Partido dos Trabalhadores, nasceu e um seringal próximo a Rio Branco, na sua primeira atividade profissional conheceu Chico Mendes, que foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores no Acre, e líder seringueiro, defensor da Amazônia e do Desenvolvimento Sustentável. Marina ingressou no curso de História da Universidade Federal do Acre e junto de Chico Mendes organizou o Movimento Sindical no Estado. 1985 Marina Silva filiou-se ao Partido dos Trabalhadores durante a campanha a deputado federal de Chico Mendes, depois a própria Marina ingressou na vida pública, elegendo-se vereadora na cidade de Rio Branco e deputada estadual, até que em 1994 ela se elege Senadora pelo Estado do Acre, e, 2002 é reeleita Senadora, na mesma campanha que elegeu o Presidente Lula, que a indicou para o Ministério do Meio Ambiente, cargo que ela ocupou por 5 anos e meio, quando voltou para o Senado.
Marina é, portanto, herdeira política de Chico Mendes na luta pela preservação da Amazônia e por um desenvolvimento sustentável, seu nome é reconhecido internacionalmente, talvez mais do que no Brasil, à frente do Ministério do Meio Ambiente ela travou uma intensa batalha com a bancada ruralista, e com o próprio Governo Lula, que pela necessidade de por em andamento um projeto progressista e desenvolvimentista para o país conflitantes com a política imposta por Marina no Ministério. Aí talvez resida uma das causas da saída de Marina do Partido dos Trabalhadores, na medida em que o Governo Lula do PT priorizou a área econômica em detrimento da ambiental. Entendimento esse que é em parte errado, já que os dados de 2009 no campo ambiental são amplamente favoráveis, graças às medidas de Marina no Ministério, e da continuidade com o Ministro Carlos Minc, em muitos anos é a primeira vez que os dados apontam uma redução no ritmo do desmatamento da Amazônia.
Ao que tudo indica, Marina Silva vai filiar-se no Partido Verde, no entanto qual é o PV que vai receber a ecologista Marina? Faz muito tempo que o PV não é o partido da Ecologia, do desenvolvimento sustentável, da preservação da Amazônia. Qual foi a última campanha do PV em que esses temas aparecem como prioritários? Quem é a grande estrela eleitoral do PV que tem um discurso para o desenvolvimento sustentável? Fernando Gabeira? Ele é mais conhecido pelas suas idas e vindas partidárias, inclusive no Partido dos Trabalhadores, por sua excentricidade e pela sua aproximação recente com os Tucanos e Demos.Como a Senadora Marina vai se posicionar em relação à crise do Senado a partir de agora? O líder da bancada do PV no Câmara dos Deputados é Zequinha Sarney. Marina, que até agora pelo Partido dos Trabalhadores vem se colocando a favor do afastamento do Presidente do Senado José Sarney, será que ela recém chegada ao partido Verde vai se contrapor contra o líder dos verdes? São perguntas que nos só iremos conhecer as respostas de acordo com o tempo e as posturas de Marina a partir de agora.
Marina Silva, caso se decida por realmente se lançar candidata à Presidência da República em 2010 trará para o centro do debate eleitoral suas bandeiras históricas: Desenvolvimento Sustentável e preservação da Amazônia. No entanto, alguns analistas políticos e jornalistas desde antes de a Senadora anunciar sua saída do Partido dos Trabalhadores já propalavam que a possível candidatura de marina Silva a Presidência da República seria um duro golpe a candidatura da Ministra Dilma do PT a Presidência. Eu acredito que não será assim. Primeiro, o discurso pelo Desenvolvimento Sustentável e pela Preservação da Amazônia tem um apelo forte na população com mais anos de escolarização e de maior renda, ou seja, a pequena parcela da sociedade brasileira, a candidatura do Partido dos Trabalhadores, consolidada no nome da Ministra Dilma, é pautada nos projetos sociais, na política econômica e no sucesso internacional recente do país, graças ao Governo Lula do PT, que tem em sua base polítco-eleitoral a população de baixa renda e menor tempo de escolaridade. Segundo, o discurso da ética, que a oposição pretende colocar durante a campanha, devido a sua falta de projetos para o país, não pegará, os partidos da oposição, PSDB/DEM/PPS tem muito mais a perder com esse discurso do que o PT, e o PV, também, tem muito a perder com esse discurso, já que nos últimos anos a sigla se tornou em um partido de aluguel, procurados por políticos sem nenhuma consistência ideológica ou por políticos oportunistas que aderem à sigla pois os cocientes eleitorais do Partido Verde são mais baixos que de outros partidos, além de o partido não ter nomes de peso eleitoral e esses políticos oportunistas se aproveitam da legenda para alcançarem s cargos desejados.
Confirmando-se a filiação da Senadora Marina Silva no partido Verde era terá de enfrentar todos esses problemas, com a diferença de que ela não estará mais no Partido dos Trabalhadores, uma instituição democrática, que elege democraticamente suas lideranças, ao contrário de outros partidos políticos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

JPT divulga carta em que pede que Marina Silva permaneça no PT


A Direção Nacional da Juventude do PT lançou no último dia 14 de agosto uma carta pedindo a Senadora Marina Silva - PT do Acre - para permanecer no partido, e desenvolver no PT esse debate sobre o desenvolvimento sustentável. Abaixo a transcrição da carta.

"Carta Aberta da Direção Nacional da Juventude do PT à Senadora Marina Silva

É por meio desta carta que nós da Direcão Nacional da Juventude do PT viemos nos manifestar por vida longa à militancia ambientalista e por sua permanencia, querida companheira e senadora Marina Silva, no PT.
Sabemos da intensa esperança que você deposita sobre a juventude, para que consigamos incorporar e desenvolver uma nova cultura política que encare a luta dos movimentos sociais ambientalistas como necessidade e como responsabilidade desta geração.
A Juventude do PT passa hoje por um momento de intensa organização e a questao ambiental e a defesa do ecosocialismo estao contidas nas resoluções de nosso I Congresso. Marina Silva é para nós uma referência que inspira, move e motiva.
O momento historico que vivemos no país evidencia que é o PT o partido que tem maior capacidade de canalizar e desenvolver imediatamente a agenda de reinvidicacoes ambientais no Brasil e a reconhecemos, Marina, como figura essencial neste contexto.
A história do nosso partido se confunde muitas vezes com sua própria história, Marina, com sua luta ao lado de Chico Mendes e como Ministra do Meio Ambiente também. Está colocado como desafio, não só para o PT, mas para a própria esquerda da América Latina e de todo o mundo, atingir o pleno emprego com base em um modo de producao e de mercado sustentáveis do ponto de vista econômico, social, espacial e ambiental.
Para isso, ressaltamos a necessidade de uma preparacao maior do nosso partido para enfrentar os desafios ambientais e integrar ainda mais esta dimensão fundamental no modelo de desenvolvimento e ao nosso projeto de país, impulsionados pelo Governo Lula. Para isso, sua presença e atuacao são indispensáveis.
O PT é o instrumento a ser utilizado para transformar a sociedade e continuar no caminho das mudancas socioambientais que sonhamos e construimos juntos por tantos anos. Continuamos com a sua militancia aguerrida ao nosso lado e vamos juntos cuidar do Brasil! Chico Mendes vive!

Direção Nacional da Juventude do PT
14 de agosto de 2009"

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

POR UM PED DA JUVENTUDE EM 2011


O texto publicado abaixo foi publicado originalmente no blog Juventude em Pauta, que há muito tempo consta da lista de sites favoritos desse blog, de autoria de Leopoldo Vieira, consultor para o desenvolvimento de políticas públicas de juventude em âmbito legislativo e executivo, e assessor do mandato do deputado estadual paraense Carlos Bordalo (PT), autor de inúmeros projetos voltados à juventude. É autor de A Juventude e a Revolução Democrática e articulista da seção Juventude e Cidadania do site do ex-ministro José Dirceu.

"A juventude do PT começa a travar, agora com mais fôlego, o debate que envolve a renovação das suas direções tanto em nível nacional, como estadual e municipal. E não há como fugir de se discutir data e formato, mas uma coisa é certa: não podemos enxergar as eleições da JPT como parte de uma agenda que envolveria, por exemplo, o CONUNE, compreendendo a juventude partidária como uma entidade da sociedade e não como um fórum partidário, cujas tarefas centrais são, prioritariamente, de âmbito externo. É inadmissível, ante a envergadura das nossas tarefas em 2010, ver esse processo como oportunidade para a agitação e propaganda interna de posições de uma tendência ou outra. Essa é a visão de formigueiro onde o militante, diante da pergunta "o que você fez durante sua atividade política juvenil?", responde: "combati força X". É fundamental conjugar, portanto, o desenvolvimento do acúmulo interno que obtivemos na frente juvenil petista, com a convocação do I ConJPT, e suas resoluções homologadas pelo Diretório Nacional, principalmente no que tange à auto-organização, com a clareza de qual juventude partidária precisaremos ter ano que vem.
Quem acompanha o noticiário sobre a juventude na imprensa percebe o quanto é grande a ofensiva conservadora contra as conquistas advindas do governo do presidente Lula: bloco das juventudes oposicionistas (JPSDB, J-DEM, JPS) para atacar os avanços na educação, a senadora Marisa Serrano (PSDB) denunciando o que ela considera como a "farsa do ProJovem", a retomada da agenda da redução da idade penal no Congresso, as ações judiciais dos Bolsonaro e DEM contra as cotas sócio-raciais, a introdução aberta do Toque de Recolher em administrações municipais como alternativa para a juventude marginalizada, os ataques da mídia contra a UNE, a manipulação de pesquisas sobre a condição juvenil (O Globo) ou a mais pura campanha pela idéia de juventude-problema (Estadão).
O "PIG" que manipula os dados do PAC, a crise do Senado, a CPI da Petrobrás, que forjou o Mensalão e que acoberta Yeda Crusius, Beto Richa, Arthur Virgílio, já percebeu, assim como os partidos conservadores, o papel estratégico que a juventude terá nas eleições presidenciais e o peso que possuem os programas implementados pelo presidente Lula nessa seara para o voto dela. A guerra (clique para ler o artigo A Disputa de 2010 e a Juventude) neste campo não será menos brutal do que a luta política global.
Afirmar que a montagem de uma arena de disputa interna no início de 2010 servirá para mobilizar a juventude do PT é um engôdo que só serve para mascarar as bitolas do internismo e a irresponsabilidade com a agenda que interessa: a necessidade de convencermos de fato o DN a construirmos uma forte campanha para a juventude brasileira, com material e plataforma específicos, defendendo os avanços do governo do presidente Lula e apontando os passos seguintes.
Para isso, teremos que operar profissionalmente campanhas juvenis nos estados, com recursos financeiros, reconhecimento partidário, legitimadas perante as coordenações de campanha. Será fundamental desenvolvermos um processo intenso de diálogo com as juventudes aliadas (UJS, JSB, JS-PDT, JPMDB, JPL etc) para consolidarmos, favorecermos e fortalecermos essa perspectiva apontada acima. Precisaremos operar a articulação entre nossas candidaturas aos governos estaduais, assembléias legislativas, Senado e Câmara dos Deputados, com essas campanhas e plataformas específicas.
Tarefas essas que não podem ser realizadas de qualquer jeito e muito menos sob a ótica de que seriam, na verdade, secundárias diante da agenda interna. Temos que viabilizar o seminário de PPJs das juventudes de esquerda, reproduzí-lo nos estados, por exemplo. Uma iniciativa, nesse período aberto agora, mais importante do que qualquer disputa interna que divida a juventude do PT, confunda nossos aliados, suspenda e trave a agenda central e desperdice energia. A demanda primordial é uma direção firme e coesa para comandar esse processo e a atual, eleita no vigoroso processo do ConJPT, tem plena autoridade e legitimidade para isso.
A mobilização da militância jovem do PT tem que ter como norte nosso programa unificado, nossa candidata à presidente, as candidaturas que lançaremos e apoiaremos nos estados, nossa estratégia comum.
Por outro lado, não é o caso de desacumularmos o que foi conseguido internamente. Pensar em fazer uma renovação de direção da JPT de qualquer maneira não passa de oportunismo dos que sonham em tomar de assalto esse fórum. Sequer definimos como será, estatutariamente, o formato da agenda eleitoral da juventude do partido. E essa definição precisa passar pelo II ConJPT, não pela direção política, para o que é pequena demais para deliberar sobre um assunto tão nodal.
Por isso, uma decisão antecede todas as outras: focar nas grandes causas e tarefas externas que a juventude do PT possuirá em 2010, esquecer o internismo e convocar para 2011 um luminoso, democrático e massivo PED da Juventude."

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

GOLPE MILITAR EM HONDURAS: UMA REFLEXÃO SOBRE A AMERICA LATINA E SUAS RELAÇÕES COM OS EUA.


Mais de um mês já que foi dado o golpe de Estado em Honduras, e ainda não se chegou a uma solução. Inicialmente, para mim, Honduras era mais uma nação desorganizada, com uma economia frágil, e amplamente dependente da economia norte-americana, como a imensa maioria das nações da América Central e do Sul, e que talvez a retração da economia dos EUA tivesse afetado o equilíbrio de poder das elites hondurenhas, revivendo a tradição de golpes de estado nas nações da América Latina do século XX. Procurando as raízes dos golpes de estado na América Latina da segunda metade do século XX chegamos a uma resposta político-ideológico, devemos enquadrar a maior parte desses fatos ao contexto da Guerra Fria e do bipolarismo que dividia o planeta em duas zonas de influência: uma área de controle submetido à política dos EUA e a segunda sob hegemonia da Ex-URSS. As nações se alinhavam de acordo com os interesses econômicos e a pressão militar. Uma das formas de ação, principalmente dos EUA, na região para trazer ou manter os países sob sua zona de influência era, e continua sendo, o financiamento de determinadas elites, nos países periféricos, para que elas tomassem o poder e controlassem a grande mídia nessas nações, ditando políticas econômicas de subordinação desses países aos norte-americanos. Dessa forma as forças armadas dos EUA atuavam nessas nações sem precisar de uma intervenção militar direta.
Com a queda do “Muro de Berlim” e a nova ordem mundial de forças políticas a justificativa e o inimigo do imperialismo dos EUA mudaram, Ao invés de uma justificativa político-ideológico contra o socialismo, a batalha passou a ser “em prol” de uma justificativa civilizatória-democrática, combatendo o radicalismo religioso islâmico, personificado nos denominados terroristas. Assim foi na invasão do Afeganistão e do Iraque, e nas relações mundiais com o Irã. Porém, um segundo front de luta vem surgindo, deste a eleição de Hugo Chaves na Venezuela. Assumindo o poder no final da década de 90 do século passado, Chaves iniciou uma política de independência econômica, pautada na nacionalização da exploração do petróleo, convertendo os petrodollares em ações sociais e na reorganização das forças armadas venezuelanas. Passou a atuar também, no combate a grande mídia venezuelana, restringindo a atuação de redes de comunicação comprometidas com o capital estrangeiro que formavam a opinião pública de forma viciada e tendenciosa. Reconhecido como líder regional, Chaves passou a financiar campanhas políticas na região andina, exportando sua tese de nação a Bolívia, com Evo Morales, e ao Equador, com Rafael Correa. Por coincidência, ou não, no mesmo período, na América Latina, outras nações elegeram governos politicamente alinhados com a esquerda, assim como Chaves, como o Brasil de Lula e a Argentina dos Kirchners, compondo um bloco independente politicamente na região.
Nos últimos anos, o governo de Honduras chefiado pelo presidente eleito democraticamente Zelaya, contratou uma firma norueguesa de prospecção petrolífera que ao terminar seu trabalho comprovou a existência de uma grande reserva de óleo em território hondurenho, que poderia trazer a autonomia econômica ao país. Até o ano de 2008 a exploração do subsolo em Honduras estava a cargo de empresas multinacionais, no entanto, o governo Zelaya propôs uma mudança constitucional, garantindo a posse de toda e qualquer riqueza encontrada no subsolo hondurenho era de propriedade da nação, assim como é no Brasil. por iniciativa do governo haveria nas eleições presidenciais desse ano uma urna extra, plebiscitária, onde o povo de Honduras decidiria pela convocação ou não de uma Assembléia Nacional Constituinte, que revisaria a Constituição do país, principalmente no tocante a exploração das riquezas naturais de seu país. Foi para combater essa iniciativa que a elite aristocrática hondurenha promoveu o golpe de estado em seu país.justificando sua atitude com a possível alteração constitucional que permitiria a reeleição presidencial, acusando Zelaya de querer se perpetuar no poder.
É interessante notar a atuação do governo norte-americano em relação ao conflito em Honduras. Inicialmente não se pronunciou, não condenou o golpe, mesmo sendo ele de caráter não democrático, contrariando o discurso da política internacional estadunidense e por fim, propondo a mediação ao governo da Costa Rica, que é fortemente influenciado pelo governo dos EUA. É interessante notar, que desde o fim da década passada o preço do petróleo no mercado internacional vem subindo bruscamente, o consumo do mesmo vem aumentando também, as reservas do óleo no EUA vem diminuindo, e desde então, com o governo Bush e agora Obama, as ações militares norte-americanas tem preferencialmente como alvo, regiões produtoras de petróleo, o Oriente Médio, a pretexto civilizatório e a região do Caribe, com a justificativa de combater o narcotráfico. Coincidência ou não, esse ano agora o Governo Obama acertou com o Governo Uribe, da Colômbia, a implementação de 7 bases militares americanas em solo colombiano, dessa forma, as forças armadas norte-americanas terão o poder de cobrir todo o território da América Latina com autonomia de vôo a partir das plataformas instaladas na Colômbia.
É preciso que os Governos latino-americanos se levantem contra o gole em Honduras, restitua o Governo Zelaya, garantindo ao povo de Honduras a posse sobre suas riquezas naturais e impeça a presença militar dos EUA em seus territórios, pois só assim, investindo os recursos oriundos das suas riquezas dentro da própria América Latina é que nossas nações conquistaram a completa hegemonia política e econômica. Enquanto aceitarmos calados a intromissão dos governos norte-americanos em nossa região, continuaremos vendendo bananas.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

PASUSP

PASUSP é o programa da Universidade de São Paulo que tem por objetivo ampliar o ingresso de alunos vindos das Escolas Públicas nos seus cursos de graduação. Esse programa vem no contexto das políticas de ações afirmativas adotadas pela maior parte das instituições de ensino superior pública do Brasil. As Universidades públicas do Estado de São Paulo têm adotado programas que contemplem apenas os critérios sociais, diferentemente de uma parte considerável das Universidades Federais e de outros Estados que tem adotado programas que, além de contemplarem os critérios sociais, contemplam também, os raciais.
O PASUSP tem como público alvo estudantes que cursaram os dois primeiros anos do Ensino Médio em Escolas Públicas de todo Brasil e estão cursando o terceiro ano do Ensino Médio em Escolas públicas no Estado de São Paulo (Municipal e Estadual). A prova tem um caráter opcional, não sendo requisito para a participação no vestibular da Fuvest, ou seja, não é obrigatório prestar o PASUSP para prestar a Fuvest. O prazo de inscrição para o processo será é de 17 de agosto à 15 de setembro.
O PASUSP consistirá em uma prova, aplicada no dia 25 de outubro, na capital e em outras 44 cidades do interior de São Paulo, contendo 50 testes de múltipla escolha, pautada nos Referencias Curriculares para o Ensino Médio da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, no período da tarde, com 4 horas de duração.
De acordo com o desempenho do estudante nessa prova, será atribuída a ele uma bonificação de até 3% nas notas da primeira e segunda fase do vestibular da Fuvest. O PASUSP integra o INCLUSP, programa de inclusão social da USP, que bonifica aqueles estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas na nota final do vestibular da Fuvest em 3% e, também, pode ser acrescido de mais 6% da nota do vestibular dependendo do desempenho no ENEM. Ao todo, os alunos vindos das escolas públicas podem ter uma bonificação de 12% na nota final do Vestibular.
O PASUSP e o INCLUSP, assim como todos os outros programas de ações afirmativas não resolvem o problema, são paliativos que amenizam no curto prazo as conseqüências da concentração de renda no Brasil, do precário sistema público de Educação Básica e da insuficiente oferta de vagas do Ensino Superior Público em nosso país. Entendo, também, que desde de 2002 os Governos, em especial o Governo Federal do Presidente Lula, vem intensificando ações para que os projetos de ações afirmativas tornem-se desnecessários, com projetos como o Reuni e com a abertura de novas universidades públicas federais, que juntos totalizaram até 2010 400 mil novas vagas em cursos de graduação nas Universidades Federais.

Maiores informações sobre o PASUSP consultar site da Pró-Reitoria de Graduação da USP: http://prg.uspnet.usp.br/prg/site/