segunda-feira, 20 de julho de 2009

SÃO PAULO E O PT EM 2010.


Texto do prefeito de Osasco Emídio de Souza, extraído do site da Macroregião do PT Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira.

"É esse debate que precisa ser proposto aos brasileiros que moram em nosso Estado. Chegou a hora de arejar São Paulo

PELA PRIMEIRA vez, desde 1989, o nome do presidente Lula não estará na cédula na próxima eleição. Para os militantes e simpatizantes do PT, esse fato traz em si uma novidade e uma enorme tarefa: confirmar nas urnas no ano que vem o projeto político que estabilizou a economia, gerou emprego, redistribuiu a renda e acumulou reservas robustas o suficiente para que o país estivesse firme diante da maior crise econômica mundial desde 1929.

No plano federal, o partido caminha para abraçar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, cuja experiência e conhecimento dos principais problemas e gargalos do país é indiscutível. Não por acaso foi escolhida responsável pelo Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, tarefa que vem desempenhando com competência e o devido senso de urgência.

Nesse cenário, a presença de São Paulo na sucessão presidencial reveste-se de importância ainda mais significativa. Maior colégio eleitoral do país, o Estado sintetiza talvez como nenhuma outra unidade da Federação o maior problema brasileiro: a imensa desigualdade que separa ricos e pobres. Ainda hoje convivem aqui polos de tecnologia e excelência e municípios com taxa de mortalidade infantil próxima das regiões mais pobres do país.

Em São Paulo, seja por sua dinâmica econômica, seja pela importância política específica que o Estado tem, vai se dar o grande embate de projetos para o futuro do país.
Felizmente, o PT tem o que mostrar, e as comparações, sob qualquer ponto de vista, nos são amplamente favoráveis: fim da dependência do FMI (Fundo Monetário Internacional), mudança paulatina de matriz energética, criação de vigoroso mercado interno, elevação do país a "investment grade", redução do desemprego, inserção no cenário internacional. Enfim, não temos medo do debate!

Não é essa a situação dos tucanos em São Paulo. Sob denominações partidárias diversas, o atual primeiro escalão paulista participou ativamente de todos os governos, sem exceção, que se sucedem no Estado há 26 anos (Montoro, Quércia, Fleury, Covas, Alckmin e Serra), tempo suficiente para mudar eixos fundamentais de políticas públicas.

Infelizmente, decorrido mais de um quarto de século, a educação pública paulista, responsável pela formação de gerações de profissionais preparados em outros tempos, caminha de forma medíocre, devolvendo à sociedade legiões de analfabetos funcionais, incapazes de formular um pensamento ou escrever um texto com começo, meio e fim.

Na área do transporte e das vias públicas, diz tudo a lentidão da ampliação do Metrô e a inapetência para entregar o Rodoanel.

A segurança pública oscila entre a falta de iniciativa e a Operação Castelinho, entre as ruas desertas devido às ameaças de um grupo organizado de presos e o conflito aberto entre policiais civis e militares na porta do Palácio dos Bandeirantes.

Como se observa, apesar da suposta intimidade com a moderna gestão do Estado, os tucanos repetiram em São Paulo sua vocação para promover apagões...

É esse debate que precisa ser proposto aos brasileiros que moram em nosso Estado. Chegou a hora de arejar São Paulo, reciclar ideias e promover alternância do núcleo de poder.
Mais do que a disputa materializada em nomes, o PT, com sua história, sua militância, seus erros e seus acertos, tem a tarefa de promover um profundo debate e dizer o que quer para o nosso Estado agora e para as futuras gerações.

Deve ser a nossa prioridade neste momento o processo de construção de um programa que projete o Estado de São Paulo que nós queremos para o futuro, com planejamento estratégico que contemple eixos para a saúde, a educação, a segurança, a infraestrutura e os programas de inclusão social.

É com essa motivação que participo do debate com meus companheiros e com a sociedade de forma geral.

A definição de nomes e candidaturas virá a seu tempo, sem prévias ou imposições, com musculatura e densidade, e com o PT mais unido do que nunca, pronto para construir um projeto que devolva o Estado de São Paulo ao caminho da inovação, da liderança e do bem-estar social."

Nota do PT em repúdio ao golpe de Estado em Honduras.

Essa nota já foi publicada a um tempinho, mas só a vi hj e resolvi transcrevê-la aqui tb, extraída do site do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores.



"Orientação aos Petistas

O repúdio ao golpe em Honduras é generalizado

Já manifestaram-se o presidente da Assembléia da ONU e o secretário-geral da entidade, a Organização dos Estados Americanos, o Sistema de Integração Centroamericana, os países da Alba, o Grupo do Rio, a Unasur, a União Européia e os EUA. O governo brasileiro deixou claro que não conciliação possível com o golpismo.

Em Honduras, há um único governo e um único presidente: Manuel Zelaya. Todo o nosso apoio ao povo hondurenho, em luta pela democracia.

Hoje, 30 de junho, ocorreu em São Paulo o primeiro ato público contra o golpe em Honduras. Nova manifestação ocorrerá no dia 2 de julho, também em São Paulo, em atividade realizada pela Central de Movimentos Sociais e partidos políticos, entre os quais o PT.

A direção do PT orienta seus filiados, especialmente os parlamentares e demais figuras públicas, a ampliar a denúncia e as mobilizações de solidariedade. O golpismo militar, articulados com os interesses oligárquicos e seus apoiadores incrustrados no parlamento e na judiciário, não pode vencer. O povo latino-americano, assim como o povo brasileiro, não quer a volta ao passado.

Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT

Valter Pomar, secretário de relações internacionais"

quarta-feira, 15 de julho de 2009

NOVO ENEM!


Encerra-se nessa sexta-feira o prazo de inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM. O Exame foi criado em 1998, no âmbito da formulação das Avaliações Externas com o intuito de dar subsídios comparativos para as avaliações das escolas. O Exame sempre foi optativo, e progressivamente a adesão dos concluintes do ensino médio foi aumentando progressivamente de acordo com que as Universidades passaram a adotar a nota do Exame como bonificação a nota do vestibular.
2009, será uma refundação do ENEM, os objetivos nas mudanças propostas pelo MEC para o Exame são democratizar o acesso às universidades públicas, tornando-se um padrão de referência nacional de avaliação dos concluintes do Ensino Médio, substituindo os vestibulares por Universidades e sendo a baliza que regule os conteúdos metodologias aplicados no Ensino Médio. O ENEM 2009 será o principal instrumento de seleção de ingresso de 45 Universidades Federais, além de outras tantas Universidades Estaduais e Particulares.
O Vestibular tradicional é, ainda hoje, a ferramenta mais usada para a seleção de ingresso as Universidades Públicas no Brasil, mesmo seu modelo sendo criticado pela ampla maioria de educadores e estudantes. Uma prova pontual e que exige a memorização de conteúdos. O novo ENEM tem o intuito de modificar essa estrutura, na medida em que propõe uma abordagem interdisciplinar, um vínculo entre teoria e prática, além de diminuir a obrigação da memorização dando importância à capacidade de aplicação das informações e conhecimentos adquiridos durante o Ensino Médio, o que a meu ver, tornando a avaliação um instrumento comparativo não de um para com o outro, mas sim da individualidade de cada estudante. O MEC pretende assim renovar o currículo do Ensino Médio, organizando os conteúdos de acordo com as áreas configuradas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (1998), que atendem aos seguintes eixos cognitivos:
I- Dominar Linguagens;
II- Compreender Fenômenos;
III- Enfrentar Situações-Problema;
IV- Construir Argumentação e
V- Elaborar Propostas.
O que ainda continua como desafio para o MEC e a realização do Enem como uma prova seriada, ao longo dos três anos do Ensino Médio.
O Novo ENEM será aplicado nos dias 03 e 04 de outubro, contendo 4 provas, 1 para cada área de conhecimento, contemplando cada uma das provas os 5 eixos cognitivos estabelecidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio:
1- Matemática;
2- Linguagens e Códigos;
3- Ciências da Natureza e
4- Ciências Humanas.
Cada prova terá 45 questões, além das provas os estudantes terão de fazer uma Redação.
O MEC sabe que o Novo ENEM não está totalmente implementado, se tem à consciência de que a prova de 2009 é um Exame de transição, por isso já foi instituído um Comitê de Governança do ENEM, constituído por representantes do MEC, das Universidades Federais e das Secretarias Estaduais de Educação, que irá propor mudanças para os Exames seguintes, algumas dessas mudanças já foram anunciadas, como a inclusão na avaliação de conteúdos de língua estrangeira (inglês e espanhol) e a realização do ENEM, já a partir de 2010 duas vezes ao ano, uma em cada semestre.

Juventude do PT lança manifesto aos participantes do 51º Congresso da UNE

Manifesto da Juventude do PT aos participantes do 51a Congresso da UNE, extraído do site do diretório nacional do PT.


"A HORA É AGORA!

Fortalecer a UNE, a juventude e o povo

O 51º Congresso da UNE tem a tarefa de preparar a UNE e o movimento estudantil (ME) para a luta por uma universidade popular e democrática, o enfretamento à crise mundial do capitalismo e a disputa política e ideológica das eleições 2010.
Vivemos um momento decisivo para impedir qualquer possibilidade de retorno desastroso dos Demo-Tucanos, representantes dos setores conservadores e monopolistas responsáveis pelo sucateamento da universidade pública brasileira e por abrir as portas para exploração da educação no mercado. É preciso lutar por um terceiro mandato para o PT e o campo democrático popular buscando aprofundar as transformações em curso rumo à superação do neoliberalismo e do capitalismo para construir uma sociedade socialista.
Se há dez anos atrás, durante o Governo FHC, fazíamos um movimento de resistência, hoje o Governo Lula proporciona um cenário de possibilidades à Universidade Brasileira. Nos quatro primeiros anos do Governo Lula, a população universitária brasileira saltou de 3,5 para 4,5 milhões, um aumento de 28%. O ProUni, o Reuni, as cotas raciais e para estudantes oriundos de escolas públicas, o PDE, o plano nacional de assistência estudantil e a Conferencia Nacional de Educação, mostram uma nova perspectiva de acesso a educação.
Portanto, além da expansão, interiorização e aumento dos recursos para as universidades federais, é preciso reforçar a contenção do avanço do setor privado, que precisa ser fortemente regulado pelo Estado, fortalecendo as iniciativas que, no Congresso Nacional e no Conselho Nacional de Educação, seguem neste sentido.
Apesar de importantes avanços no ensino superior podemos dizer que muito ainda precisa ser transformado. Precisamos entender a educação de forma sistêmica. Por isso a Conferência Nacional de Educação será um espaço importante para pautarmos a necessidade de um sistema nacional de educação articulado e voltado aos interesses populares.
Neste sentido, ainda que existam mudanças que podem alterar o perfil e as oportunidades de formação de jovens, precisamos enfrentar a hegemonia do setor privado e da concepção mercantil de educação, voltada à formação de mão de obra e à produção de conhecimento orientada às demandas de mercado.
Em um cenário em que o neoliberalismo é duramente questionado e encontra-se enfraquecido, é fundamental concentrar esforços para desfazer o movimento que protagonizou ao longo da década de 1990 no Brasil. Ou seja, o atual período exige transferir os setores que passaram a ser alvo da exploração visando a acumulação de capital para espaços públicos que não obedeçam à lógica do mercado, sob a orientação e gestão do Estado.
Para isso precisaremos de uma UNE e um movimento estudantil fortes e mobilizados. Porém, embora ainda seja o movimento juvenil mais organizado do país o ME está longe de ser a única expressão organizada da diversidade da juventude brasileira. Os anseios e aspirações dos próprios estudantes extrapolam cada vez mais o meio universitário e a pauta educacional.
Temas como emprego e trabalho ganham mais centralidade em um ambiente de altos índices de precarização e difícil entrada no mundo de trabalho. A parcela da população jovem que trabalha ao mesmo tempo em que estuda seria muito superior aos atuais 17,7% dos jovens com 15 a 24, não fosse o alto índice de evasão escolar devido à necessidade dos jovens de trabalhar para contribuir com a renda familiar.
Ademais, a tese equivocada de que o alto índice de desemprego entre os jovens é decorrente da falta de qualificação e não da baixa oferta de postos de trabalho formal tem como conseqüência o aumento da corrida por diplomas e a procura dos bancos acadêmicos em busca de profissionalização – expectativa que geralmente é frustrada, uma vez que a graduação não é sinônimo lugar cativo no mercado de trabalho, muito menos de estabilidade financeira, realização profissional ou ascensão social.
Somado à centralidade do trabalho no imaginário e na realidade dos jovens estudantes, é preciso notar que a composição da base social do movimento estudantil tem sofrido alterações. Fatores como (a) a reserva de vagas para estudantes negros, oriundos das escolas públicas e de baixa renda, (b) o Programa Universidade para Todos (ProUni), (c) a expansão dos setores público e privado em municípios e regiões distantes dos centros urbanos, (d) o surgimento de nichos de mercado educacional voltados à população de baixa renda e (f) o aumento da oferta de cursos noturnos transformaram a cara do estudante universitário, tornando-o mais popular e menos elitista e, portanto, mais impactado por fatores objetivos do lado de fora dos muros universitários.
Contribuindo para que UNE cumpra seu papel histórico de acordo com a realidade atual da juventude brasileira e para o aprofundamento das mudanças que acontecem em nosso país, o Partido dos Trabalhadores acredita ser necessário um salto organizativo e mudanças profundas no conjunto movimento estudantil e na UNE, em especial, tornando-a uma entidade cada vez mais democrática, transparente, combativa e de lutas.
O PT no movimento estudantil se orienta pela construção de uma universidade popular e democrática, pela defesa da UNE como entidade máxima de representação dos estudantes, motivo pelo qual reprovamos o divisionismo e defendemos sua revitalização, pela democratização e aproximação da UNE das salas de aulas, pelo fortalecimento das entidades e da rede do movimento estudantil, pela articulação dos movimentos sociais com as entidades e organizações estudantis, pelo aprofundamento das transformações em curso e pelo combate à crise internacional apresentando uma alternativa de esquerda visando superar o neoliberalismo e o capitalismo.
Sabemos que se aproxima um momento decisivo para os rumos do país que exige forte pressão pelas reivindicações históricas e atuais da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Cumprir com esta tarefa exige atuação coesa do campo democrático e popular, o fortalecimento e a combatividade dos movimentos sociais e o enraizamento do petismo em amplas parcelas da população, sobretudo entre os jovens.
Portanto, o PT e sua juventude irão incidir com intensidade na pauta política que orientará a ação dos estudantes no próximo período, visando sair deste fórum mais fortalecidos e coesos do que nunca. Convocamos os estudantes petistas, delegados e observadores ao 51º CONUNE, a construírem uma intervenção qualificada e com unidade programática, fortalecendo a UNE, o movimento estudantil e o Partido dos Trabalhadores."

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Educação para o Consumo!


Essa semana enfrentei alguns desafios. Estou participando do processo de seleção para a Etec em Guaratinguetá, e a dinâmica da seleção são aulas-testes para uma banca examinadora. Eles indicam 3 temas e na hora nos é sorteado um tema para a simulação de aula. Para a disciplina de Ética tive de desenvolver o tema "O Código de Defesa do Consumidor". Ao preparar alguma coisa para esse tema me deparei com a questão da Educação para o Consumo, e me interessei muito por esse tema. Pesquisei sobre o assunto e descobri que nosso Código de Defesa do Consumidor já vem contemplando essa situação. Essa sociedade em que vivemos realmente nos força ao consumo desenfreado de bens, que muitas vezes não são necessários para o nosso bem estar. Esse foi o debate que tentei levantar na aula teste, e considero que deu certo, pois envolvi a banca no debate.
Meu raciocínio seguiu a seguinte linha: vivemos em uma sociedade que nos obriga a consumir, por força da mídia, no entanto, consumimos muito mais do que os recursos naturais disponíveis, segundo o documentário "A História das Coisas" consumimos 3 vezes a capacidade do planeta, e dessa forma estamos liquidando nosso planeta. Bom, até aí sem muita novidade, pois é fato que estamos destruindo a Terra.
Qual a novidade, o papel da educação para alterarmos essa situação. Os currículos oficiais de ensino não contemplam a educação para o consumo, e se não moldarmos as novas gerações para uma nova realidade de consumo, a Terra será consumida até a sua exaustão. O papel da mídia é fundamental nesse processo, devemos realmente exigir que os governos regulem a atividade do Marketing de produtos, como vem fazendo com cigarros e bebidas alcoólicas, acredito que se deva atuar, também, na questão do consumo desenfredo.
E o papel dos educadores? Acredito que devamos preparar os jovens para que tenham atitudes difenretes da nossa em relação ao consumo de bens. Muitasa vezes compramos coisas que não precisamos, ou que já temos uma outra peça que cumpra a mesma função, e vamos acumulando coisas desnecessárias. Além disso, temos a obrigação de pensar no descarte dos bens que não usamos mais, a cada vez que compramos um novo bem descartamos um antigo, e de que forma fazemos esse descarte? Será que esse bem já deveria ser substituído? Não tem mais serventia? São perguntas que devemos fazer.
Nesse sentido, de se Educar para o Consumo, encontrei um roteiro de perguntas que se deve fazer a si mesmo antes de comprar algum bem, vai aqui esse roteiro:

1- Por que comprar?
2- O que comprar?
3- Como comprar?
4- De quem comprar?
5- Como usar?
6- Como descartar?

É um roteiro simples, mas que quase na totalidade das pessoas ninguém o segue na hora de fazer as compras. A sociedade civil organizada vem se mobilizando aos poucos para cobrar esse roteiro, podemos usar como exemplo que algumas cadeias de supermecados estão restringindo a compra de carne de alguns frigoríficos que atuam em áreas desmatadas da Amazônia Legal, a pedido de entidades de defesa do meio ambiente. Atitudes como essa devem ser seguidas por outras empresas, e nos consumidores devemos, também, prestar atenção nesse roteiro ao fazermos nossas compras.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

CONFERÊNCIA DE FACHADA!


Dia 30 de julho aconteceu a VII Conferência Municipal de Assistência Social de Guaratinguetá, espaço propício para o diálogo entre o poder público municipal e a sociedade civil. Pareceu o momento propicio, mas efetivamente esse espaço não se concretizou como um canal de comunicação. Isso porque a VII Conferência Municipal de Assistência Social, de Guaratinguetá, não foi uma Conferência democrática. Vejamos como foi a Conferência.
A estrutura da Conferência era a seguinte: aconteceriam 5 Pré-Conferências, nas regiões de atuação de cada Centro de Referência de Assistência Social, e após elas a Conferência Municipal de Assistência Social. Até ai, perfeito, a regionalização da Conferência é legal, pois o seu alcance se estende a partir de mobilizações regionais, a mesma amplitude talvez não se alcançaria com uma estrutura nuclear. Cada Pré-Conferência discutiria os subtemas em grupos e encaminharia as propostas para a Conferência Municipal. Além disso, cada Pré-Conferência encaminharia uma lista de candidatos a delegados para a Conferência Intermunicipal de Assistência Social. A Conferência, propriamente dita, restou escolher entre os 36 candidatos a delegados aqueles que representariam Guaratinguetá na Conferência Intermunicipal, e nem ao menos o relatório final da Conferência Municipal foi discutido e aprovado pela plenária. Observação: o relatório final da Conferência Municipal de Assistência Social será elaborado pelo Conselho Municipal de Assistência Social. Qual o sentido da Conferência? Não encontrei ainda.
Para piorar a situação, além dos 36 candidatos a delegados selecionados nas Pré- Conferências, aproximadamente outras 80 pessoas compareceram a Conferência e serviram de platéia para o Prefeito em exercício, que não falou sobre a Assistência Social, e fez um discurso político, falando de obras da Prefeitura; para o secretario municipal de Assistência Social e Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social Marcos Antonio dos Santos que leu as propostas vindas das Pré-Conferências e do palestrante convidado, o promotor João Luiz, que inicialmente tentou acalmar a insatisfação dos presentes inicialmente, mas depois deixou a conferência andar como ela estava preparada. Ao final da Conferência nada foi discutido, nada foi aprovado, o prefeito em exercício, o secretário de Assistência Social e o palestrante convidado tiveram uma grande platéia. Alias, platéia é o que o processo de Conferências que vem sendo implantado pelo Governo Lula não quer, o que se pede nesse processo é uma Plenária, que intervenha na proposição e fiscalização de políticas públicas. Reside ai minha crítica a VII Conferência Municipal de Assistência Social de Guaratinguetá.
A meu ver, regionalizar as Conferências nas cidades é uma boa alternativa para mobilizar a população, no entanto, não se pode encerrar o processo da Conferência em reuniões locais, a discussão do tema e dos sub-temas deve acontecer na Conferência, e não nas Pré-Conferências; O texto final da Conferência deve ser proposto pelos delegados presentes na Conferência e aprovado por eles, e não formulado pelo Conselho Municipal de Assistência Social; não se pode restringir o credenciamento de delegados às pré-conferências, pois a população pode se dirigir diretamente à Conferência, além disso, a obrigatoriedade da participação nas pré-conferências para se credenciar como delegado na Conferência não foi divulgada e muita gente se dirigiu a Conferência com o intuito de intervir, acredito que essa era uma atitude de cidadania, e atribuiu um caráter não democrático à Conferência.
Questionado sobre isso, o Secretario Municipal de Assistência Social, que presidia os trabalhos na suposta Conferência reagiu da pior maneira possível. A pergunta que fiz a ele foi a seguinte: Qual o sentido em convocar a população para a Conferência se ela não pode participar? O secretário me respondeu da seguinte forma: “A população pode participar, o que acontece é que ela não quer participar!” Como eu não tinha credencial de delegado, e não tinha direito à palavra, não pude replicar a resposta do Secretário, mas tenho uma opinião sobre o que falou o secretário, UM ABSURDO! Tínhamos mais de 100 pessoas no auditório, querendo intervir, no entanto, somente 36 pessoas tinham a credencial de delegado, e portanto, o direito a voz e voto. O restante, aproximadamente 70 a 80 pessoas, eram platéia. E essas + ou – 70 pessoas, não estavam querendo participar? Fica a pergunta ao Secretário, que não pensa no que fala.